quinta-feira, 7 de abril de 2011

Homem abre fogo dentro de escola do Rio e mata ao menos 10 crianças


Um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Rio de Janeiro, entrou na manhã desta quinta-feira, 7 de abril, disparando dois revólveres. No ataque, ao menos 11 crianças morreram. Segundo o governador do Estado, Sérgio Cabral, o atirador, que teria 24 anos, teria sido atinigido na perna por um policial antes de se matar.

RIO e SÃO PAULO - Pelo menos 11 crianças morreram e cerca de 15 pessoas ficaram feridas após um homem efetuar diversos disparos dentro de uma escola em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, 7. Segundo informações da rádio Estadão ESPN, o atirador também morreu ao ser atingido por um disparo. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, esteve no local. A presidente Dilma Rousseff, após se emocionar ao falar sobre o atentado, decretou luto de três dias no País. O número de mortos foi corrigido, mais uma vez, no início da tarde pela Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec). Segundo a pasta, são dez meninas e um menino mortos. Entre os feridos, são dez meninas e três meninos. Quatro deles estão em estado grave, de acordo com a secretaria. As vítimas foram levadas para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e Hospital da Polícia Militar.
O suspeito chegou à Rua General Bernardino de Matos e invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira disparando contra crianças e funcionários que estavam no local, por volta das 8h. De acordo com a polícia, Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, atirou aleatoriamente contra as pessoas que estavam no colégio de ensino fundamental, direcionando os disparos contra a cabeça das vítimas.
Agentes do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) faziam uma fiscalização em uma rua próxima a da escola quando uma criança baleada avisou à equipe que havia um atirador dentro da escola. Policiais militares do Batalhão de Polícia Trânsito Rodoviário e Urbano (BPRV), que acompanhavam a ação do Detro, foram até o local e renderam o suspeito, que foi imobilizado com um tiro na perna.
Segundo testemunhas, o atirador só parou de acionar as duas armas, subindo uma escada, quando policiais chegaram ao local. Ainda conforme informações da Polícia Militar, Oliveira seria ex-aluno da escola e, ao ser baleado, teria se suicidado. O corpo do homem só foi removido do colégio no início da tarde.
Para evitar que outros alunos fossem atingidos, professores trancaram as salas de aula e bloquearam o acesso com cadeiras. Os feridos foram socorridos por helicópteros, viaturas do Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).
O Relações Públicas dos bombeiros, Evandro Bezerra, disse que alguns dos feridos estão em estado grave. 'Temos tentado retirar as pessoas o mais rápido o possível para salvar as vítimas deste atentado. Realmente ele atirou contra a cabeça delas, os feridos estão em estado grave. É lamentável', disse.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação do Rio cerca de 400 alunos estudam na escola, de três andares. No período da manhã há 14 turmas que vão do 4º ao 9º ano. As crianças têm entre 9 e 14 anos. A subsecretária Helena Bomeny foi para o local.
Ainda não há informação sobre o que teria motivado o crime.
(Com Priscila Trindade, Solange Spigliatti, Pedro Dantas, Liana Leite e Bruno Boghossian)
Notícia atualizada às 13h43companhavam 


Carta deixada por atirador mostra premeditação do crime no Rio

SÃO PAULO - A Polícia Militar informou na manhã desta quinta-feira, 7, que o atirador que invadiu uma escola em Realengo, zona oeste do Rio, e matou mais de dez alunos, deixou uma carta que dá a ideia de premeditação do crime. De acordo com o porta-voz da corporação, tenente-coronel Ibis Pereira, o documento está confuso e foi recolhido para ser usado como prova nas investigações do crime.
'Ele deixou uma carta assinada como Wellington Menezes de Oliveira, sem nenhum sentido, que mostra que entrou determinado a fazer um massacre, uma chacina', falou Pereira em entrevista à rádio Estadão ESPN. Em um dos trechos do documento, com alto teor de fanatismo religioso, o atirador diz ser portador do vírus HIV e que via 'impureza nas crianças', segundo o porta-voz da PM.
Oliveira invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira durante o horário de aula fingindo ser um palestrante. Quando questionado, começou a atirar contra os alunos que estavam no colégio, mirando contra a cabeça das vítimas. De acordo com Pereira, o atirador estava com dois revólveres - um calibre 321 e um 38 - com acelerador de disparos e muita munição. Mais de 100 projeteis não deflagrados foram apreendidos.
Baseado no conteúdo da carta, o porta-voz da PM disse que Oliveira tinha um desvio de personalidade. 'Ele era um fanático religioso, um quadro de demência religiosa. Ele via nas crianças algo impuro. Só um desvio de personalidade explica um comportamento sociopata dessa natureza. Um ato de estupidez', afirmou Pereira.
Um psicanalista ouvido pela rádio Estadão ESPN afirmou, com base nos dados divulgados pela imprensa sobre o conteúdo da carta, que o atirador tem um perfil de psicose. Segundo ele, a doença faz com que a pessoa viva num mundo próprio e não saiba diferenciar o que é real e fantasia, preferindo sempre optar pela visão de loucura.
Ameaça. Informações ainda não confirmadas dão conta de que Oliveira teria ido à escola há dois dias e ameaçado os diretores do colégio.
(Com Rádio Estadão ESPN e Pedro Dantas, de O Estado de S.Paulo)




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